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Lançada Oficina do Futuro para formar jovens programadores digitais

“O curso vai me ajudar muito, porque é uma coisa positiva pra gente, principalmente de escola pública. Espero que venha agregar na minha vida e eu possa conseguir um trabalho melhor no futuro”.

A esperança retratada no depoimento da estudante Shailom Vidal, de 15 anos, da escola municipal Rotary, do bairro da Condor, é o sentimento que toma conta dos 120 adolescentes jovens da primeira turma do projeto Oficina do Futuro, da Prefeitura de Belém.

Lançado na manhã deste sábado, 11, no auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFPA), no bairro do Marco, a oficina objetiva capacitar estudantes da rede pública municipal de ensino, entre 14 e 18 anos, como desenvolvedores de programação digital em linguagem Python e inteligência artificial aplicada à visão computacional.

“Acho que esse curso pode me ajudar muito, futuramente, para arrumar um bom emprego. Estou muito feliz de estar aqui”, disse João Pedro da Silva, de 15 anos, aluno do 9º ano da escola municipal Honorato Filgueiras, do bairro do Jurunas.

O projeto Oficina do Futuro é uma ação do programa Belém Inteligente, Metrópole Amazônica da Inovação, lançado em junho do ano passado pelo prefeito Edmilson Rodrigues e coordenado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão (Segep), tendo como foco o desenvolvimento de projetos para geração de tecnologias no gerenciamento de serviços e ações sociais do município.

“O Belém Inteligente, Metrópole Amazônica da Inovação é a tecnologia voltada à produção da justiça social, do desenvolvimento com equilíbrio ecológico, com respeito à natureza e com participação social. A tecnologia em si é importante, mas ela perde totalmente a importância, se for apenas um instrumento tecnológico sem substrato social. Essa é a riqueza do nosso projeto”, destacou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.

Para o secretário de Planejamento e Gestão, Cláudio Puty, que comandou o lançamento da oficina, “uma Belém inteligente são os nossos estudantes da escola pública com capacidade de disputar um mercado de trabalho na fronteira. Então, as oficinas de programação permitem com que eles tenham uma primeira e, inclusive, avançada introdução a linguagens como Python e outras que são muito requisitadas no mercado”, disse.

Puty destacou que a formação técnica dos jovens é importante e que o exercício pleno da cidadania também. “Vamos fazer uma formação profissional em dez semanas com diversas turmas, até o final do governo e, ao mesmo tempo, combinar isso com formação ética e cidadania, porque já vimos casos em que tinha muita gente boa de programação, de informática e de redes sociais e usou isso para o mal, para fake news. Então, queremos formar cidadãos e gente com capacidade técnica para ter bons empregos no futuro”, concluiu.

Na mesa de abertura estavam dirigentes de instituições parceiras do projeto, o pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Pará (UFPA), Renato Francês, apresentou os professores que ministrarão as aulas do curso de linguagens de programação. Todos alunos de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Computação e Telecomunicações da UFPA. 

Ele demonstrou o uso da câmera que vê o que o olho humano não consegue enxergar, por exemplo, para detectar micro rachaduras em concreto de barragens hidroelétricas. Uma novidade que chamou a atenção dos participantes foi a ferramenta ChatGPT, um sistema de inteligência artificial capaz de manter conversas e comunicações a um nível quase humano entre pessoas e o computador.

Parcerias garantem apoio ao projeto da Prefeitura de Belém  

O projeto Oficina do Futuro acontece com as parcerias da UFPA, IFPA e Unama, para alcançar seus objetivos de formar desenvolvedores de programação computacional com a oferta de curso para adolescentes jovens da rede pública municipal de ensino. E a Prefeitura conta com a participação também Secretaria Municipal de Educação (Semec) e Promaben.

“A UFPA está fazendo uma parceria com a Prefeitura para a oferta de cursos da área de tecnologia às escolas da rede municipal. É uma grande ferramenta mundial e a gente está perdendo pessoas para outros estados do país e também pra outros países. Então, deveria fazer essa ação coletiva, demandada pela Prefeitura”, destacou o pesquisador Renato Francês.

“Tem uma importância muito grande essa parceria com a Prefeitura à medida que o IFPA recepciona esses cursos de formação desses jovens, levando para eles o primeiro contato com tecnologia de ponta, programação, inteligência artificial”, avaliou o reitor do IFPA, Cláudio Alex.

As aulas – serão nos laboratórios do IFPA, no campus da Avenida Almirante Barroso, todos os sábados, nos turnos da manhã e tarde, com o instituto cedendo monitores para auxiliarem os professores cedidos pela UFPA. A Universidade da Amazônia (Unama) aderiu à parceria e as próximas turmas, com 180 vagas, previstas para abril, utilizarão os laboratórios da instituição, na Alcindo Cacela. 

Os participantes das primeiras turmas são alunos de escolas dos bairros do Condor e do Jurunas, área de influência do Promaben. Para o coordenador do programa de saneamento, Rodrigo Rodrigues, a iniciativa da Prefeitura tem o objetivo de trazer mais capacitação profissional para essas crianças e jovens da área da Estrada Nova.

“Para a Semec, é uma oportunidade de dar aos nossos alunos do 8º e 9º anos essa possibilidade de ter uma formação e perspectiva de vida para um futuro. Quando você tira essa criança do território que às vezes é território delinquente e traz ela para dentro de um espaço de formação, que é o IFPA, permite a ela ter uma perspectiva de um futuro melhor”, projetou o professor Laurimar de Matos, diretor-geral do órgão.

Texto:

Álvaro Vinente