A terceira Oficina de Aproveitamento de Alimentos, realizada pela Prefeitura de Belém, por meio do Promaben (Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova), teve a parceria da Copsan (Coordenação de Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional). A oficina reuniu moradores dos bairros do Jurunas, Condor e Cremação, atendidos pelas obras do Promaben, nesta quinta-feira, 31, no Centro Comunitário Nossa Senhora das Graças, na Cremação. Vinte pessoas ligadas ao Centro de Referência da Assistência (CRAS) do Jurunas e da ONG ParaVidda participaram do evento.
Odilcéa Corrêa, de 72 anos, era uma das mais empolgadas com a possibilidade de utilizar talos e cascas de frutas e legumes. “Eu achei maravilhoso aprender todas as possibilidades de usar as cascas de banana, coisa que a gente sempre joga fora e agora descobre tanta utilidade”, relatou a aposentada.
A nutricionista Aline Ó de Almeida, da Copsan, alerta que muitas vezes as pessoas jogam no lixo a parte dos alimentos que mais guardam nutrientes. “É muito importante as pessoas terem essa consciência de que aproveitar é necessário porque geralmente são nesses alimentos que a gente acaba descartando que tem nutrientes e vitaminas, que são ricos em fibras, principalmente as cascas que têm uma quantidade muito grande de fibras”, explica a nutricionista.
A gama de possibilidades de consumo alimentar só com a casca da banana já daria um encontro à parte, explica o mestre em tecnologia de alimentos que também participou da oficina, Vinicius Moraes. “Só a casca de banana é possível transformar em bolo, farofa, bife da casca da banana, hambúrgueres, é possível fazer alimentos moldados como nuggets, doces. As possibilidades são tantas que só a criatividade vai dizer qual é o limite, assim como é possível utilizar outras casas como a do bacuri que também é possível fazer cremes e doces”, relata Vinicius Moraes.
Nesta oficina, a receita escolhida para ser ensinada foi a do bolo de casca de banana, aprovadíssimo pelos presentes. “Eu nunca imaginei que a gente pudesse realmente comer e achar gostoso uma coisa feita de casca, tô surpreso”, disse o morador da cremação participante da oficina, Osvaldo Barreto de 60 anos.
Para o Promaben, oferecer aos moradores a capacidade de aproveitar os alimentos de forma integral evita o desperdício e diminui a quantidade de resíduos indo para as ruas, canais e até mesmo aterros sanitários é o que explica a Subcoordenadora Ambiental, Simone Ribeiro. “A ideia é utilizar o alimento como ferramenta de transformação social por meio da orientação, inclusão produtiva e ainda combater a fome e o desperdício de alimento gerando um impacto social positivo no município de Belém” ressalta a Simone Ribeiro.
Mais de 100 moradoras dos bairros alcançados pelas obras do Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova, Jurunas, Condor e Cremação, já participaram das Oficinas de Aproveitamento de Alimentos.