Quarenta e dois moradores dos bairros do Jurunas, Condor e Cremação, a maioria mulheres, lotaram o auditório do Promaben – Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova, da Prefeitura de Belém, nesta terça-feira, dia 28, para aprender a reutilizar garrafas PET. Esta é a terceira oficina de Artesanato para a Confecção de Bancos de PET promovida pela Prefeitura para ensinar moradores dos bairros alcançados pelas obras do Programa a oferecer um novo destino a esse material tão abundante nas ruas da cidade. Além de pufes, os moradores também já aprenderam a fazer enfeites e árvores de Natal.
Uma das participantes, a dona de casa, de 64 anos, Maria da Conceição Sarges, complementa a renda com os artesanatos que produz. “A venda dos artesanatos é que está me ajudando porque eu não estou trabalhando e meu filho sofreu um AVC, então eu tenho que cuidar dele. A única maneira que eu consigo complementar o auxílio que a gente recebe é vendendo artesanato e aprender a usar a garrafa pet é incrível porque não precisamos comprar o material é só recolher na rua, com os vizinhos, tudo agora é de garrafa pet”, anima-se a dona de Casa.
Outra que também agradeceu a oportunidade foi a dona de casa, Ieda Maciel, de 57 anos, que aproveita o conhecimento adquirido. “Eu comecei a fazer os cursos de artesanato por causa de uma depressão, mas agora já aproveito para ganhar algum dinheiro e ainda ajudar a natureza, não espalhando esse material”, afirma.
“A garrafa PET é um dos grandes problemas ambientais atualmente, principalmente para os canais e rios de Belém porque atrapalham o curso natural da água e provocam alagamentos e por consequência ajudam a proliferar doenças”, explica o subcoordenador ambiental, Alex Ruffeil Cristino. “O propósito do Promaben não é só fazer as obras, mas também preparar a população para manter essas obras e garantir sua cidadania”, aponta o subcoordenador.
As oficinas fazem parte do Programa de Educação Ambiental e Sanitária do Promaben que busca promover a educação ambiental e oferecer condições de renda principalmente às mulheres das famílias atingidas pelas obras. “Nós acabamos de fazer um diagnóstico dos três bairros, Jurunas, Cremação e Condor, e esse diagnóstico apontou que a maioria das famílias dessa área são comandadas por mães solo e então todas as atividades serão direcionadas a esse público. Hoje, as mulheres atenderam o nosso chamado e é uma grande oportunidade para que se construa uma consciência socioambiental e dessa consciência fazer sua renda, construir cooperativas, e é um trabalho que vamos dar continuidade” explica a Subcoordenadora Social, Regina Pena.
“É um trabalho que também nos ajuda a despertar as mulheres para a violência contra nós, mulheres. Em agosto queria mobilizar as mulheres para uma grande Roda de conversa sobre essas temáticas e oportunidades de inclusão em espaços de trabalho e renda culminando nossas ações fortalecendo os objetivos do Programa”, adiantou.