As comemorações dos 406 anos da capital paraense continuaram na manhã desta sexta-feira, 14. Os moradores do bairro do Jurunas participaram da cerimônia de início das obras do conjunto habitacional e comercial destinado às famílias afetadas pelas obras do Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova (Promaben).
As unidades vão garantir dignidade de moradia para as mais de 60 famílias, que moravam sobre o canal da Quintino, remanajadas há mais de 16 anos e que hoje ainda vivem do auxílio-aluguel.
Direito de morar – “É um presente de aniversário para Belém o início das obras de um Conjunto Habitacional com 224 moradias e 44 boxes comerciais. De modo que as pessoas vão ter direito de morar e de ter um espaço para vender o quiser. Aqui também vai entrar o programa de formação profissional Donas de Si. E também vamos ter financiamento do Banco do Povo de Belém para os emprendedores”, explicou o prefeito Edmilson Rodrigues.
“A gente entra aqui com o programa que vai tirar a população do alagamento e, ao mesmo tempo, garantimos direito à educação, saúde, moradia e ao lazer”, com o prefeito de Belém, que aproveitou para destacar que o conjunto habitacional ficará próximo à unidade de saúde do bairro.
Construção – A primeira etapa da construção iniciou com a limpeza do terreno, localizado na avenida Bernardo Sayão, próximo à travessa Honório José dos Santos, no bairro do Jurunas.
Ao todo serão 224 unidades habitacionais e 44 boxes comerciais, distribuídos em 14 blocos de quatro andares, com quatro apartamentos por andar.
As famílias vão contar com área de lazer, duas churrasqueiras, dois playgrounds, academia ao ar livre, central de resíduos, reservatório elevado, cisterna e 91 vagas de estacionamento, com acessibilidade PCD.
Sonho – “Nós, do Promaben, temos a satisfação de começar essa obra, que será destinadas a famílias que foram afetadas, anteriormente, por obras do Promaben e que foram abadonas pelas gestões anteriores. Hoje, temos famílias que estão há 16 anos vivendo com o auxílio-aluguel. Aqui se inicia um grande sonho. Um sonho, tanto da nossa gestão, em solucionar esse problema, quanto das famílias remanejadas”, destacou o titular da do Promaben, Rodrigo Rodrigues.
A obra, financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e orçada em R$ 33 milhões, tem previsão de ser entregue em até 18 meses.
A Prefeitura de Belém, por meio do Promaben, realizará consulta pública para apresentar à população os estudos ambientais e o andamento das obras do programa.
Espera ansiosa pela casa própria – Para muitas famílias o início das obras das unidades habitacionais significa estar próximo de realizar o sonho de ter o próprio lar.
A costureira Maria Euci Castilho Ferreira, 58 anos, estava com os olhos lacrimejados ao ver as obras se iniciarem. Ela espera ansiosa por ter a casa própria para morar com a filha e o neto recém-nascido.
“Fico muito feliz em ver que essa obra vai sair. São mais de dez anos nessa expectativa de ter a minha casa. Pra mim seria mais feliz ainda se a minha família estivesse completa para receber. Infelizmente os meus pais, que estavam ansiosos pra receber a casa, não estão mais. Mas em memória deles eu tô muito feliz em saber que eu vou receber a minha casa própria. Já chega de tanto sofrimento”, contou dona Maria.
Muito feliz – Quem também estava empolgada com inícios das obras das unidades habitacionais era a auxiliar de restaurante, Telma Sousa, 38 anos. “Eu tô muito feliz. É uma espera de muitos anos. A gente recebe o auxílio-aluguel, mas a gente sabe que esse valor não é suficiente para um aluguel nos dias de hoje”, disse.
Ela ainda externalizou a emoção de ver o começo das obras do empreendimento. “Desde quando foi desapropriada a minha casa, que era aqui em cima do canal da Quintino, eu aguardo por esse momento”.
Telma mora com esposo e os três filhos adolescentes e contou que toda família quer concretizar o sonho da casa própria. “Estamos ansiosos com esse dia”.
O autônomo José Mendonça de Pádua, 48 anos, mora há mais vinte anos no bairro do Jurunas, com a esposa e os dois filhos, disse estar com o coração alegre.
“São muito anos vivendo de aluguel. Foram muitos perrengues e mais de vinte mudanças que já fiz. Agora a gente vai ter o que é nosso, ninguém vai tirar da gente”.